João Pestana, Vítima 

Em 15 de junho de 1999, a cidade de Santa Rita foi palco de um crime tão cruel que permanece, até hoje, sem explicação ou punição. João Pestana Guimarães, um jovem de apenas 17 anos, teve sua vida interrompida de forma bárbara e desumana.


O corpo de João foi encontrado nas proximidades do povoado Cai Coco, no quilômetro 63 da Estrada de Ferro Carajás. A cena era aterrorizante: ele apresentava um tiro no peito, diversos ossos fraturados e havia sido decapitado pelas rodas de um trem. A cabeça foi localizada cerca de 15 metros distante do corpo — um detalhe que marcou para sempre os familiares e amigos. Os laudos indicaram que ele ainda estava vivo quando foi jogado na linha férrea, após o disparo.


João era conhecido como um jovem calmo e respeitoso. Naquele período, morava com a doméstica Valdenir de Menezes. Ela havia se separado recentemente do lavrador Humberto da Silva Mendes, o “Berto”, que ficou fora da cidade por cerca de duas semanas. Ao retornar e descobrir o relacionamento da ex-companheira com João, teria passado a ameaçar os dois, de acordo com testemunhas.


Mesmo diante desses indícios e da prisão de Humberto como principal suspeito, o caso nunca foi esclarecido. Exames residuográficos foram solicitados, mas as investigações não avançaram. O delegado responsável, Cristiano Fontenele, chegou a apontar uma motivação passional para o crime. No entanto, o inquérito acabou sem qualquer desfecho judicial.


Hoje, 26 anos depois, o sentimento que permanece é o de abandono — um silêncio doloroso das autoridades diante de uma tragédia que poderia e deveria ter sido esclarecida.


Enquanto os anos passam, a família se recusa a deixar que sua memória seja silenciada. Em cada lembrança, a cobrança é a mesma: justiça!