Antônio Machado, Josean Serra e Cléferson Vilaça cumprirão 43, 47 e 44 anos de prisão respectivamente pela morte de Roberto da Luz, de 11 anos, e Erisvan da Silva, 12, ocorrida em agosto de 2017 em Campo de Perizes, Bacabeira


Antônio Coelho Machado, Josean Serra Rego e Cléferson de Jesus Machado Vilaça foram condenados na quinta-feira (8) no Fórum de Justiça de Rosário, a 75 km de São Luís, a 43, 47 e 44 anos de prisão respectivamente pelos assassinatos de Roberto da Luz dos Santos, de 11 anos, e Erisvan da Silva Costa, 12, ocorrido em agosto de 2017, em Campo de Peris, em Bacabeira, a 58 km da capital. Os três, que já estão presos há mais de um ano, vão ficar inicialmente em regime fechado.

Quatro depoimentos eram aguardados pelo júri definido em sorteio. Entre eles, dos dois jovens sobreviventes do ataque, mas apenas Euler Costa deu o seu depoimento. Com dificuldade para falar, em virtude da sequela do tiro no rosto, ele disse que o irmão adolescente assassinado, os amigos e ele estavam indo pescar num açude, quando foram surpreendidos por cinco homens armados de facões, revólver e espingarda. Outro sobrevivente, Romário Viegas, na época com 18 anos, foi atingido por um tiro na perna e ferido à golpes de faca, não compareceu. 

Raimundo Costa, pai de Euler Costa, revelou que só desejava que a justiça fosse feita. “Nós queremos que a justiça seja feita. O trauma é muito grande e para ele vim para cá é um trabalho danado”, desabafou. 

Após os depoimentos, ocorreu o interrogatório dos réus. O primeiro a responder as perguntas foi Antônio Machado. Ele repetiu a confissão e afirmou que matou os meninos com cortes no pescoço. Mas alegou ter agido até na hora de esconder os corpos em covas rasas no mangue. 

Durante o debate, o Ministério Público pôs em dúvida essa versão, sugerindo a participação, de pelo menos, mais uma pessoa. A defesa de Cléferson de Jesus contestou a hipótese. De acordo com o sobrevivente, Cléferson golpeou Romário com uma faca e Josean atirou nos dois jovens. 

Foram 12 horas de julgamento até a sentença ser proferida. O júri acolheu integralmente a tese da acusação. A promotora de Justiça, Maria Cristina Lobato, enfatizou que a ideia de fazer justiça sem um julgamento pode acarretar consequências graves. “Fazer justiça com as próprias mãos não é uma boa ideia e pode resultar num problema muito sério tanto para as vítimas como para os acusados. O que nós vimos aqui tanto uma pessoa bastante idosa quanto pessoas bastante jovens condenadas a penas elevadíssimas, mas que nem por isso são injustas”. 

Os advogados de defesa de Josean Serra, Jamilson Mubarak, e Kerlington Sousa, de Antônio Coelho e Cléferson de Jesus Machado, não aceitaram a sentença e afirmam que vão recorrer das sentenças. Mubarak revela que em breve vai apresentar um novo recurso de apelação. “Deveremos daqui uns dias apresentarmos um recurso de apelação buscando protestar um novo júri. Dessa vez obedecendo os parâmetros da legalidade de não ser contra as provas dos autos e também recorreremos com relação ao quanto de fixação da pena”, finalizou.