Segundo o promotor, a liminar do Conselho Nacional do MP que suspendeu o depoimento foi conduzida em erro

O promotor de justiça, Cassio Roberto Conserino, afirmou na manhã desta quarta-feira que vai pedir revisão da suspensão da declaração do ex-presidente Lula e de sua esposa, Marisa Letícia. De acordo com o promotor, a liminar do Conselho Nacional do Ministério Público que suspendeu o depoimento foi "conduzida em erro". "O Ministério Público pode instalar um inquérito por ofício. O promotor que instala o inquérito fica no controle da ação", finalizou.

Lula e Marisa seriam ouvidos sobre o apartamento triplex, no Condomínio Solaris, no Guarujá

Liminar suspende depoimento de Lula e Marisa 

Nessa terça-feira (16), uma liminar do Conselho Nacional do Ministério Público suspendeu o depoimento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher Marisa Letícia dariam à Justiça em São Paulo. Os dois seriam ouvidos sobre o apartamento triplex, no Condomínio Solaris, no Guarujá. 

A suspeita do Ministério Público Federal é de que houve tentativa de ocultar a identidade do dono do triplex, que seria do ex-presidente, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro. 

A suspensão dos depoimentos, que estavam marcados para manhã de hoje, o de Lula, e à tarde, o de dona Marisa, atende a uma representação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que acusa o promotor Cássio Cesarino de ter feito um prejulgamento de sua decisão ao dar entrevista a uma revista de circulação nacional antes mesmo de ouvir os depoimentos. 

Segundo a representação, “o reclamado ofereceu a primazia de suas conclusões antecipadas à revista Veja, veículo de imprensa notoriamente engajado na persecução pessoal e política do ex-presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores”. 

Além disso, Paulo Teixeira argumentou que o promotor extrapolou as suas prerrogativas funcionais e que o caso não poderia ter sido distribuído à segunda Promotoria Criminal, da qual Cesarino faz parte, e sim à Primeira Promotoria Criminal. Para o deputado, a notificação para que os dois fossem ouvidos “poderia ocasionar consequências de difícil ou impossível reparação”.